
Filho! Eu te peço perdão!
Por ter inutilmente resistido que me afastassem de ti;
Por ter sido impedido de te educar e, ver-te crescer.
Por ter perdido teus primeiros passos e, os inocentes sorrisos.
Por não ter ouvido tuas primeiras palavras e, te buscar na escola
Por não o ter tido em meus braços e, contigo jogar bola.
Filho! Eu te peço perdão!
Por crer e permitir que o tempo o trouxesse de volta pra mim,
Por ter sido pobre sonhador que luta, aguarda e pretende vitória,
Por ter amor somente, e não a grana o que pra uns; é só o que conta.
Por em vão te procurar e, não vencer essa busca inglória
Por viver contigo estes longos anos, somente na minha saudade memória.
Filho! Eu te peço perdão!
Por não ter tido a sorte de sentirdes minha falta
Por me ter feito forte e, sufocar minha revolta
Por disfarçar meu sofrimento em semblante de calma
Por com meus sorrisos, esconder feridas de minha alma.
Por reclamar agora tardiamente; essa nossa ausência.
Filho! Eu te peço perdão!
Por não ter aprendido lidar com a tua faltai
Por querer saber tudo de ti, ou como vais,
Por não ter como de ti reclamar e receber afeto
Por ver tudo repetir-se e, não deixar de ser pai
Por pedir: Não me impeças; ser avô de meu neto!
Filho! Eu te peço perdão!
Por estas palavras; teu legado, meu desabafo!
...enfim; perdão por nunca ter desejado arrancar
do peito o meu direito de ser teu Pai!