Não somos mais crianças.

Já não somos mais crianças e inocência não nos acompanha.

Em algum momento da vida, quem já não escreveu um ou outro poema?

Eu também não escapo à regra. Essa escrita ajuda-nos a crescer.

A arrumar galopes e vendavais que nos vão no peito, a conviver com sentimentos desavindos.

sexta-feira, julho 09, 2010

Xeque


Céu estrelado / Noites amórficas
Bocas amargas / Vidas rôtas
Tempo fugidio / Aventuras abióticas
... Bêbadas garrafas de consciências ocas
Horas lentas, nos copos o dejeto.

Passos incertos / Fel nas bocas
Corpos insatisfeitos / Cabeças sem teto
Palavras macias / Próprias do ensejo
Amores loucos... Corpos objeto
Destinos opacos / Vida: o mero desejo
... Trôpegas calçadas de rumos incertos

- ESTÚPIDOS, IDIOTAS!!!

Não nos invalida
Essa doce vida
De tantos afazeres
De falsos prazeres?

... Xeque!

Tudo é de pedra


O sistema é de pedra;
Do pó da pedra nasci
E, me é dura a vida como pedra.
Pedras que cortam os pés,
Pedras que me cegam os olhos,
Pedras que calam as bocas.
De preciosas pedras são os poemas.
De pedra são as vozes confusas
Logo no vento espargidas.
Não são vozes; mas fragmentos de vidas
Eco de turvos sentimentos empedrados.
A idade já foi de pedra
A cidade se faz de pedra.
Simão Pedro era pedra,
Pedro: pedreiro (a exceção)
Os caminhos são repletos de pedra
Numa realidade que fere como pedra
E, quando a dor se extingue;
Fica-me na memória
Senão a marca; uma certeza:
Tudo é de pedra,
Menos o coração do poeta!